segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Historia do Romantismo Urbano

Foi na década de 1830,que romances estrangeiros ,principalmente franceses,foram traduzidor e exibidos em jornais brasileiros em forma de folhetins. Com o sucesso dos folhetins ,escritores nacionais passaram a aventurar-se na criação de romances jenuinamente brasileiros. Os romances ganharam o gosto dos jovens da corte por ilustrarem em suas melodrámaticas histórias,paixões com finais felizzes . Apresentava também em seu enredo caracteristicas da vida da elite brasileira.
A estrutura do romance urbano sugere um herói e uma heróina que enfrentam obstáculos para vencer o seu amor. Alguns autores adotam como cenário desuas histórias a capital do império, Rio de Janeiro.
Além de noticiar os principais acontecimentos os jornais também publicavam nos períodicos os romances , que tinham como público aqueles que acompanhavam e apreciavam a histórias folhetinescas.

O Romance urbano e o público

Na metade do século XIX a populção brasileira tinha um alto índice de analfabetismo, portanto o número de leitores não era tão grande. O censo de 1872 estima que somente 18,6% da população livre e 15,7% dos escravos sabiam ler e escrever.
Dada essa situação os leitores dos folhetins românticos eram membros da elite , profissionais liberais da corte ou das províncias,moços e moças que desejavam seguir o exemplo das cortes europeias.
José de alencar em sua biografia literaria relata que a leitura semanal passou a fazer parte do cotidiano das familias burguesas.
A leitura era familiar pelo fato de muitas mulheres não serem alfabetizadas o quê mudou com o tempo como conta o pintor Debret "era possivél encontrar sonheras capazes de apreciar a leitura , como na Europa".

Uma sociedade em formação

Os romances exerceram importante função de divulgar valores e comportamentos. Vale ressaltar que as héroinas das histórias lidas tornavam-se modelos a ser seguidos por esposas e mães. Funcionando para os membros da corte como um "manual de boas maneiras"
Após ler uma passagem de um romance as jovens, por exemplo, aprenderiam qual era o comportamento esperado de uma boa moça em uma reunião social: conversar sobre generalidades inocentes,sorrir sempre, acompanhar seu par pelo salão... Essa é a feição da sociedade ideal ( "Senhoras e senhores, recomendáveis por caráter e qualidade")

Identidade e democratização cultural

O romance urbano,divulgando perfis,espaçios e comportamentos reconhecidos, investe na construção de uma identidade nacional. A consolidação dessa nacionalidade é componente fundamental de seu projeto literário e ocorre todas as vezes que um leitor se reconhece nas cenas que lê. Se os brasileiros do romance assim agiam socialmente de um modo semelhante ao desse leitor,então ele também era um brasileiro legítimo.

A Linguagem do romance urbano


Os escritores usavam uma linguagem acessível aos leitores. Entretanto eram certos aspectos que davam um ar sedutor e íntimo, no entando simples , ao romance.
Um aspecto frequente é o fato de o narrador estabelecer diálogo com algum amigo ou parente. Isso transparece ao leitor uma ideia de intimidade,troca de confidência e cumplicidade.

  [...]
É coisa singular , minha prima!,O amor que é insaciável e exigente e não se satisfaz com tudo quanto uma mulher pode dar, que deseja o impossivél, às vezes contenta-se com um simples gozo d'alma, com uma dessas emoções delicadas, com um desses nadas, dos quais o coração faz um mundo novo e desconhecido.
Não pense,porém,que eu fui a Petrópolis só para comtemplar com enlevo as janelas de um chalé;não;ao passo que sentia esse prazer, refletia no meio de vê-la e falar-lhe.
Mas como?
Se soubesse todos os expedientes,cada qual mais extravagante, que inventou a minha imaginação!Se visse a elaboração tenaz a que se entregava o meu espírito para descobrir um meio de dizer-lhe que eu estava ali e a esperava! [...]
                          (ALENCAR,José de.Cinco minutos.17.ed.São Paulo: Ática,1993.p.22)





Realidade vs Ficção

Na estrutura do romance um recurso narrativo se sobressai:as refências a elementos que o leitor possa reconhecer no mundo real. Assim os autores colocam seus personagems en locais familiares aos leitores da corte.


"Se passase há dez anos pela praia da Glória,minha prima,antes que as novas ruas que abriram tivessem dado um ar de cidade ás lindas encostas do morro de Santa Teresa,veria de longe sorrir-lhe entre o arvoredo, na quebrada da montanha uma casinha de quatro janelas com um pequeno jardim na frente, [...]  (A Viuvinha/Cinco Minutos , José de alencar)


Nesse trecho o autor fala das mudanças sofridas pelas ruas da praia da Glória algo que vai trazer identificação com o leitor já que as mudanças talvez fossem um assunto muito comentado por eles na época .

Joaquim Manuel de Macedo

Joaquim Manuel de Macedo ou Macedinho, como era conhecido escreveu dessoito romances marcados por uma certa ingenuidade narrativa e muito bom humor. O retrato da elite brasileiro da corte, que surge das páginas de seus romances conta com alguns tipos inconfundíveis: os estudantes , a moça namoradeira, a criada , a intrometida, a senhora fofoqueira e inconveniente, a avó carinhosa, todos eles envolvides em cenas que se desenrolam em espaçoes claramente brasileiros.

Quem foi ?
O médico e escritor Joaquim Manuel de Macedo, nasceu em 24 de junho de 1820 em Itaboraí, RJ, e faleceu em 11 de abril de 1882, no Rio de Janeiro, RJ.
 Mudou-se, em 1838, para a cidade do Rio de Janeiro, onde ingressou na Faculdade de Medicina.
Formou-se em 1844, nesse mesmo ano publicou A Moreninha, essa obra marca o início da ficção do romantismo brasileiro. Foi membro do Conselho Diretor da Instituição Pública da Corte (1866) e professor de História e Geografia do Brasil, no Colégio Dom Pedro II, ligado à família de Dom Pedro II e à família Imperial Brasileira foi preceptor e professor dos filhos da Princesa Isabel. Nos últimos anos de vida foi afligido por problemas mentais, morreu antes de completar 62 anos.